terça-feira, 12 de junho de 2012

Entrevista a João Paulo Santos - autor do livro "Um Tesouro Maior"


[À Lareira Com] - João Paulo Santos

Bom Dia e Bom Domingo.
Hoje está um dia bonito e ensolarado, imaginem esta conversa assim...numa esplanada:) Hoje, com João Paulo Santos.



À Lareira Com...João Paulo Santos, autor do livro "Um tesouro maior".

Fale-nos um pouco sobre si

Nasci na freguesia de Madaíl, concelho de Oliveira de Azeméis, em 1974. Nunca fui um aluno de eleição, até porque não me dedicava aos estudos. Através de dois cursos de formação profissional, um de metalomecânica e outro de informática, tive equivalência ao nível 3. Nunca tive intenções de frequentar o ensino superior e não me arrependo disso. Claro que outras portas poderiam se ter aberto se o tivesse feito mas estou feliz com a vida que tenho. Ganhei o gosto pela leitura na minha juventude e o gosto pela escrita já em adulto. Escrevi o meu primeiro romance em 2001, mas nunca tentei publicá-lo. Por se basear na minha juventude expunha demais a minha pessoa e por isso deixei-o na gaveta. Mais tarde, em 2009, comecei a escrever outro romance, “Ao Encontro da Verdade”, que viria a publicar em 2010. Um ano depois publiquei o romance “Conflito de Sentimentos” e este ano publiquei então “Um Tesouro Maior”.
  
Apresentou recentemente o livro “Um tesouro maior”. Como surgiu a ideia para escrever este livro?

É uma história curiosa. Normalmente, enquanto escrevo um livro, vou idealizando o livro seguinte. E quando acabei de escrever o livro “Conflito de Sentimentos” tinha idealizado um outro livro. Todo ele estava bem patente na minha mente pronto a ser escrito. Na verdade, esse livro é o que estou a escrever no momento. Quando me preparava para iniciar o livro que estou a escrever agora, li algo que me aliciou. Algo que tinha a ver com códigos e cifras e com tesouros perdidos. Então pensei para mim… porque não escrever um romance baseado em algo do género? Pesquisei, de imediato, na internet em busca de algo a que me pudesse agarrar. Não encontrando nada que me avivasse os sentidos decido criar a minha própria história. E assim surgiu “Um Tesouro Maior”.


Tem mais algum projeto, ao nível da escrita, em mãos? Se sim, o que pode desvendar de modo a deixar-nos mais curiosos?

Sim. Como dá para perceber na resposta à pergunta anterior, estou a trabalhar noutro livro. Um livro diferente de todos os outros por estar escrito na primeira pessoa. À exceção do prólogo e epílogo, todo o livro está escrito no discurso direto. É uma obra que além do enredo que ela enverga, contém muitos dos meus pontos de vista sobre a atualidade e não só.


Lançou o seu primeiro livro em 2010. O que nos pode dizer sobre ele?

É um livro que contém muita informação. Ao contrário dos meus outros livros, em que se o enredo falhar o livro está condenado ao insucesso, este livro, “Ao encontro da verdade”, tem uma temática que o suporta. Costumo dizer que gosto dos meus livros todos por igual. Porém, mesmo sabendo que o enredo deste livro não prende o leitor como os outros, acho que é mais livro, precisamente devido à sua temática. Este livro informa e tem como objetivo de fazer com que os leitores reflitam um pouco.

É na escrita que encontra a sua realização pessoal? O que a escrita significa para si?

A escrita ajuda à minha realização pessoal. Mas não é o que me realiza. Na verdade nada palpável me realiza. O que me realiza pessoalmente é estar de bem comigo próprio. É eu deitar-me à noite com a consciência tranquila. Isto é que me realiza. Contudo a escrita é muito importante para mim. É algo na minha vida que está lá quando eu preciso e que não se queixa quando a coloco de parte. É algo de que eu gosto imenso e que não me exige nada em troca. Escrevo por prazer e não por obrigação, e isso explica o que a escrita significa para mim.


O romance é a sua grande paixão. Porquê?

O romance é minha grande paixão porque me permite viver um mudo diferente, com personagens à minha maneira. Um mundo imaginário claro, mas que não deixa de ser vivido. Para se escrever um romance é preciso imaginação e paciência, e eu gosto de usar essas duas vertentes. No fundo, sou um contador de histórias. E há quem diga que uma imagem vale por mil palavras… não deixa de ser verdade e uma vantagem do cinema ou televisão em relação aos livros. Mas um escritor tem a vantagem de agradar a todos em simultâneo. Passo a explicar… Se um realizador de cinema quiser colocar no ecrã uma mulher especialmente bonita, procura uma atriz que especialmente bonita e convida-a a fazer o filme. Mas ela não irá ser especialmente bonita para toda a gente. Os gostos são relativos e valem o que valem. Mas se um escritor descrever uma personagem do seu livro como uma mulher especialmente bonita, todos os leitores vai criar na sua imaginação uma mulher especialmente bonita, com uma beleza ao seu jeito. Esta é a grande vantagem da escrita e dos romances. É darmos a oportunidade ao leitor de criar mentalmente as personagens, as paisagens e até os sentimentos. O escritor pode até conduzir o leitor, mas é este que cria. Por tudo isto, é que sou um apaixonado pelos romances.

Também escreve poesia. O que é a poesia para si?

É verdade que escrevo poesia. Mas acho que não sinto a poesia como outras pessoas que o fazem. Escrevo poemas, e até sou elogiado por alguns deles, mas não me considero um poeta. Acho que a poesia é para quem a sente, para os verdadeiros poetas. A poesia deve ser escrita com sentimento, e eu acho que escrevo com o intelecto. Não me considero um poeta.

Como se sente ao ver um livro seu publicado e ao receber as criticas dos leitores?

Quando publico um livro sinto-me satisfeito e até orgulhoso. É o produto de muito trabalho e vê-lo finalizado é uma sensação ótima. Quanto às críticas que recebo, é sempre bom. Quando são positivas melhor, quando são negativas não deixam de trazer algo de positivo também. Porque, além de sentirmos que o livro foi lido, aprendemos sempre com essas críticas. A crítica é o melhor que um escritor pode receber, seja ela boa ou má.

Quando sonha, como gostava de se ver, como escritor, daqui a 10 anos?

Não sonho muito com isso. Claro que gostava de viver só da escrita. É normal que assim seja, mas reconheço que isso, nos dias de hoje, é praticamente impossível. Só os grandes escritores o conseguem fazer, e ser um grande escritor só está ao alcance de poucos.

Para finalizar, o que pode dizer aos nossos leitores, que são grandes fãs de livros e de leituras?

Que continuem a ler, pois a leitura exercita a mente e aquece a alma. Já agora, porque não, peço para lerem os meus livros. O que mais deseja um escritor senão que os seus livros sejam lidos? Por isso leiam muito e incluem os meus livros na vossa leitura. Espero que gostem.

Obrigada João Paulo Santos

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