terça-feira, 3 de julho de 2012

Andámos outra vez por Paris, com Raquel e Carlos, de mão dada

No dia 30 de junho, em Almada, completou-se o 1.º ciclo de apresentações do livro "Sob o Céu de Paris" de Elisabete Caldeira e Jorge Campião. Por ser um livro escrito a dois, partilhamos aqui excertos de momentos que nos souberam bem ouvir na apresentação no Fórum Romeu Correia:


(...) O Jorge é a pessoa mais desorganizada e indisciplinada que alguma vez conheci, mas eu acreditei desde o 1.º dia que poderíamos fazer isto em conjunto e fizemos! Pode parecer uma estranha forma de trabalhar, mas descobri que connosco funciona. 


Estabelecemos regras, dividimos tarefas e ambos tivemos contributos distintos, mas igualmente importantes, na criação da história. Eu fiz nascer as personagens, dei-lhes nome e todas as características que as definem, sejam físicas ou psicológicas. O Jorge deu-lhes vida no contexto literário, cruzando as suas histórias, integrando-as em determinados contextos e enredos, contribuindo para o desenvolvimento e evolução dos personagens. Eu escolhi locais, criei ambientes e inseri-lhes os pormenores. O Jorge inventou comportamentos e criou situações. Eu pesquisei na internet, fui a exposições para observar, mantive-me em contacto com um amigo e com duas bloggers que na altura viviam em Paris e que me forneciam vários detalhes que eu necessitava de saber. Li livros sobre os mais variados temas, como as obras de Picasso; o trabalho fotográfico de Dora Maar; sobre águas minerais, sobre culinária francesa, sobre como planear e organizar exposições. Até desenhos fiz para tentar enquadrar as personagens em determinados ambientes. 
E, no final da obra, fui a Paris. (...)

Elisabete Caldeira




(...) Neste livro que vos apresentamos, para além dos personagens principais e secundários, há ainda mais dois personagens que, sem estarem presentes, influenciam muito o ambiente do texto: a fotógrafa Dora Maar e o pintor Pablo Picasso. 
Dos outros personagens, os principais são um pintor e uma galerista, ambos portugueses. Os secundários são um empresário de arte e um taxista que cruzam, cada um, as suas histórias na história principal. E os restantes fazem parte da tela de fundo, que é uma Paris de pontes, ruas, cafés, restaurantes, cheiros, música e cores. 
Acreditamos que, apesar do esforço, nunca ninguém escreve livros inteiros, mas apenas metade de livros, porque a outra metade só se realiza durante a leitura e depende da boa vontade e da fantasia de quem os lê. Seria bom que a nossa ficção conseguisse estimular-vos essa fantasia. (...)

Jorge Campião





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